Força Suprema - Quem me dera feat. Lil' Saint (Rap) (2K16)
Bem-vindo ao nosso site, com o objectivo de promover em forma digital a musica moçambicana e internacional,
Welcome to our website , with the aim of promoting in digital form Mozambican and international music ,
Dessa vez temos em disposição para descarregar a musica do ARTISTA [ Força Suprema feat. Lil' Saint ] com o seguinte TEMA [ Quem me dera ] ano de lançamento 2016, de estilo musical ( RAP ) , baixa a musica e partilha O LINK para as redes sociais , com seus familiares e amigos NO FACEBOOK TWITTER ate whatsapp >> copiando o lindo …. A sua atitude será muito útil para ajudar o seu artista favorito na divulgação dos seus trabalhos musicais
ARTISTA: Força Suprema feat. Lil' Saint
TITULO: Quem me dera
TITULO: Quem me dera
GENERO: RAP|| TAMANHO: 4.10 MB
TEMPO: 00:03:88 || ANO: 2016
CURTA NOSSA PAGINA NO FACEBOOK
BIOGRAFIA Força Suprema
Força Suprema: Uma empresa familiar de filhos do rap
Vivem há mais de 20 anos em Portugal, pelo menos dez
deles dedicados ao rap. Nos últimos anos transformaram-se num fenómeno em
Angola e em Portugal, apesar de poucos o saberem. Agora têm vídeos com
helicópteros e querem conquistar o Brasil.

Há 15 dias, nos Angola Music Awards, que distinguem
os profissionais da música naquele país, os grandes vencedores foram a cantora
Yola Semedo e NGA, ambos com três galardões. Ele ganhou os prémios de Artista
Masculino do Ano, Artista Mais Popular da Internet e Melhor Rap. Ao contrário
dos outros nomes aqui assinalados, a música de Edson Silva, o nome de baptismo
de NGA, não é kizomba ou semba. É rap. Em Portugal, é conhecido nos circuitos
do hip-hop. Mas para o grande público é um ilustre desconhecido. Não espanta.
Na actual cultura fragmentada, é cada vez mais difícil perceber o que é que a
maioria consome. Existe cada vez mais distância entre a realidade e a
informação possível que nos é dada pelas tabelas de vendas, pelos cartazes dos
grandes festivais, pelo horário nobre das televisões, nas rádios para consumo
massificado ou na maior parte dos jornais.
Há uns anos parecia ser relativamente fácil perceber
o que é que uma larga fatia da população ouvia. E agora? Principalmente entre
as novas gerações, torna-se cada vez mais difícil obter um desenho aproximado
da realidade. Habituámo-nos a olhar para Portugal como um país onde nas últimas
décadas reinou de forma hegemónica a cultura rock global.
Com o tempo parecia que as outras pessoas não nos
entendiam e só entre nós é que estávamos bem
NGA
Mas ainda será assim? A verdade é que nos grandes
mercados da música, como o americano ou o britânico, há muito que esse
predomínio tem sido posto em causa, por um lado pela afirmação global da
cultura hip-hop, e tudo à volta, e por outro pelo surgimento de bolhas locais.
É o que tem acontecido em Portugal, conquistado pela cultura hip-hop, em
sentido lato, e pela afirmação nos últimos anos de expressões devedoras da sua
relação com os países africanos de expressão portuguesa, como o kuduro ou a
kizomba, formatos que têm vindo a ser integrados numa ideia de cultura urbana
negra portuguesa.
É nesse caldeirão que se situam os nomes que aqui
trazemos, representativos de uma cultura hip-hop nacional diversa e complexa. É
verdade que existem pontos de contacto – em particular na forma como todos
afirmam a sua individualidade a partir de colectivos –, mas acima de tudo há
diferenças. De estilos, de aproximações, de formas de estar na arte e na vida.
Ao mesmo tempo, todos eles acabam por reflectir
também a baralhação – com o que isso tem de saudável e desconcertante – do
Portugal contemporâneo. Afinal, quem são hoje as estrelas pop portuguesas? Tony
Carreira, talvez. Ana Moura, talvez. Xutos & Pontapés, talvez. Ou talvez
não. Porque hoje, por debaixo dessa primeira camada notória, existem uma
segunda e uma terceira camadas, com menos visibilidade, mas talvez mais
conectadas com aquilo que é o concreto da música portuguesa actual. É aí que se
situam uma série de nomes em ligação com a cultura hip-hop como NGA, Regula ou
Jimmy P, por exemplo, capazes de atrair público ao largo das lógicas clássicas.
É aí também que estão os Força Suprema há mais de
uma década no activo, agora com um renovado impulso. Em Abril último, o
colectivo formado por NGA, Don G, Masta e Prodígio deu um espectáculo na Aula
Magna, em Lisboa, com início às 19h e término pela meia-noite. À porta, sem
bilhete, ficaram centenas de pessoas. Lá dentro viveu-se o ambiente das grandes
manifestações colectivas, mesmo se quase ninguém deu por isso. Como outros,
vivem ainda à margem da visibilidade mais institucional, mas têm uma ligação de
grande proximidade com o seu público. Sim, porque têm público. Muito público.
Basta consultar o número de visualizações dos seus vídeos no YouTube. Ou
assistir aos espectáculos por esse país fora.
Dois mundos
Há semanas, dois dias depois de mais um regresso de
Luanda, onde têm feito digressões com regularidade, fomos encontrá-los no novo
poiso, perto de Sintra, numa zona sossegada, povoada de vivendas. É aí que
vivem. Aliás a Linha de Sintra foi desde sempre o seu lugar. A única diferença
é que desde há um ano Edson Silva (NGA), Valter Carlos (Don G), Terêncio Neto
(Masta) e Osvaldo Moniz (Prodígio) partilham a mesma casa. No andar de baixo, o
estúdio, a cozinha e uma ampla zona exterior. No primeiro andar, os quartos.
Para além deles há ainda os Dope Boyz, um outro
colectivo dentro do colectivo Força Suprema. “Os Força Suprema existem há
muitos anos. Começámos a gravar em 1999, num centro cultural da Câmara de Rio
de Mouro. Depois, há cerca de quatro anos, apareceram Deezy e Monsta, mais
novos, mas com histórias parecidas às nossas, putos humildes e trabalhadores, e
a ligação surgiu. Eles têm a sua cena própria, mas acabam por fazer parte dos
Força Suprema e partilhamos todos o mesmo tecto”, explica NGA, o centro do
colectivo.
Nasceram todos em Angola, vieram para Portugal na
infância ou na adolescência, fugindo da guerra com familiares. “Estou aqui há
cerca de 20 anos”, lembra NGA, “vim com a minha mãe, como quase todos nós,
fugindo dos conflitos, e a Linha de Sintra acabou por ser a zona mais natural
para nós, porque é um dos lugares em toda a Europa com mais imigrantes
africanos.”
Curiosamente, no seu caso, o bairro da Graça, em
Lisboa, foi o seu primeiro poiso. “Nessa altura pensava que a Linha de Sintra
era do outro lado do mundo”, ri-se, “mas um dia a minha mãe veio ver uma casa
nas Mercês e passei-me! De repente, vi gajos vestidos como eu, de calças largas
e tal, coisa que no centro de Lisboa não se via, e quis logo mudar-me para
aqui. Pensei: aqui vou encontrar de imediato malta como eu!”
Os Força Suprema nunca desistiram, mesmo se nunca
alcançaram o mesmo reconhecimento que os nomes mais populares da segunda ou da
terceira geração do rap português NUNO FERREIRA SANTOS
Assim aconteceu, com a música a servir de elemento
aglutinador. “Ouvíamos hip-hop português, Black Company, Boss Ac ou Micro”,
recorda Prodígio. “Não havia Internet como hoje e a informação circulava de
forma muito diferente. Havia festas de hip-hop nas escolas, ou perdia-se o
último comboio no regresso a casa e dormia-se nas estações quando se ia até
Lisboa para as festas em Alcântara. Tudo por amor à música.”
Não era apenas a música. Nunca é. Era também tudo o
que a envolvia. “Aos fins-de-semana íamos às loja Kingsize, a Lisboa, e aquilo
era uma festa para mim”, lembra Don G. “Havia ali uma concentração fascinante
de artistas e de músicos, tudo à volta do hip-hop. E depois existiam também a
nossa amizade, o termos crescido juntos, as miúdas, o gostarmos dos mesmos
ténis ou dos carros, enfim, tudo isso.”
Hoje movem-se nas avenidas da Internet com
agilidade, conectando-se com o mundo, mas não perdem de vista o local.
“Gostamos da Linha de Sintra”, resume NGA. “Dá para ir ao Fórum Sintra e
sentirmos que estamos na Europa e dá para ir à Damaia e comprar mandioca na
rua. Somos desses dois mundos. A nossa música reflecte isso, com uma vibração
mais afro e uma outra mais hip-hop, por causa dessa vivência.”
Olhando como se movimentam pelo espaço, percebe-se
que têm tarefas precisas na casa. Todos trabalham em prol do colectivo, apesar
de NGA surgir como o mais respeitado. É ele que explica o que os levou a viver
em comunidade. “Com o tempo parecia que as outras pessoas não nos entendiam e
só entre nós é que estávamos bem. Quando tive o meu primeiro filho – tenho
quatro –, os meus manos foram os padrinhos. Quando tirámos a carta, fizemo-lo
juntos. Enfim, temos imensas experiências partilhadas. E quando a música
começou a dar algum sustento decidimos, de forma muito natural, que poderíamos
viver todos juntos.”
Houve um outro facto importante. A morte da mãe de
NGA, no início do ano passado. Todos falam dela com emoção, referindo-se-lhe
respeitosamente como “a nossa mãe.” Lançaram aliás há meses um DVD-compilação
com vídeos do colectivo a que deram o nome de 4Life, em sua homenagem. A razão
não é difícil de descortinar. “Quando vivíamos em Queluz, era na casa do NGA
que gravávamos”, recorda Deezy. “Passávamos mais tempo na casa dele do que nas
nossas. A ‘nossa mãe’ era a figura materna. Era ela que descobria as nossas
primeiras namoradas ou que nos dizia umas palavras quando via o primeiro charro
escondido no bolso do casaco.”
Nasceram todos em Angola, vieram para Portugal na
infância ou na adolescência, fugindo da guerra com familiares NUNO FERREIRA
SANTOS
Gostamos da Linha de Sintra. Dá para ir ao Fórum
Sintra e sentirmos que estamos na Europa e dá para ir à Damaia e comprar
mandioca na rua. Somos desses dois mundos
NGA
Na adversidade, resolveram unir-se ainda mais,
focando-se no trabalho: a música. “Esta é uma empresa familiar” resume NGA, “se
queremos sustentar este estilo de vida temos de trabalhar mais para, no final
do mês, termos as contas em dia.” Já se percebeu. Os Força Suprema não são
principiantes. Foram subindo vários degraus, pacientemente, ao longo da última
década. E aprendendo com os revezes. “Passei por muita coisa, mas nunca perdi
de vista que a minha paixão era a música”, diz NGA. Em 2009, chegou a passar
pela prisão durante algumas semanas. A novidade chegou aos jornais. Nessas
notícias, os Força Suprema eram descritos como um gangue ligado ao rap que
gostava de vídeos com mulheres seminuas e carros de luxo e de roubar e espancar
rivais de outros bairros de Sintra. “Alguns jornalistas, quando não compreendem
o que se passa à sua volta, de imediato passam para esse tipo de estereótipos”,
reflecte NGA. “Na verdade o que aconteceu é que existiu um desentendimento
familiar num café, no contexto de um jogo de futebol, e o rapaz com quem
existiu o conflito estava com uns amigos. Daí até dizerem que eram gangues foi
um passo.”
Esses dias na prisão levaram-no a pensar, ainda mais
seriamente, na música. “Só pensava nisso, em rimas e batidas. Aquilo estava a
acontecer-me e eu só queria sair dali para pôr em música o que estava a sentir,
essa verdade, essa paixão.”
Um livro aberto
Os Força Suprema nunca desistiram, mesmo se nunca
alcançaram o mesmo reconhecimento que os nomes mais populares da segunda ou da
terceira geração do rap português (Valete, Sam The Kid, Dealema, Chullage,
Halloween, Regula ou Capicua). A persistência tem sido recompensada. Em
Portugal, em parte, graças à Internet. “Antes de a Internet se ter tornado no
nosso principal veículo de comunicação fazíamos algumas cópias físicas e
vendíamo-las em três ou quatro lojas. Com a Internet a mensagem espalhou-se”,
afirma Deezy, “hoje as redes sociais são o nosso escritório. É a partir daí que
fazemos a difusão”.
Curiosamente, é no mercado angolano, actuando ainda
de forma tradicional, que têm obtido mais reconhecimento, beneficiando talvez
de um contexto no qual a alta burguesia angolana tem investido na debilitada
economia portuguesa. Durante largos anos, Angola era apenas a terra mítica dos
pais onde tinham nascido, mas que nunca haviam visitado. Nos últimos anos essa
realidade transformou-se. “Começou com algumas mixtapes que entregamos a amigos
que iam lá, até que um dia alguém nos convidou para actuar”, resume Masta, “e
desde então já fomos muitas vezes, actuando para mil ou dez mil pessoas, o que
foi mudando as nossas vidas.”
Na sua afirmação em Angola, e em Portugal, foram
decisivos os vídeoclipes. Nos dois últimos vídeos, dos singles Normal e
Champanhe, que se seguiram à edição no ano passado do álbum King, NGA trabalhou
com um dos realizadores portugueses mais activos nos últimos tempos, Alexandre
Azinheira (Clã, PZ, X-Wife). Os valores de produção envolvidos nada têm a ver
com o que é normal no meio português, com uma vasta equipa, vários dias de
filmagens, helicópteros e até uma equipa de alguns membros dos GOE a participar
no processo. “Queremos trabalhar com os melhores, não ter medo de aprender, e
para isso temos de investir a sério na nossa arte, indo o mais longe possível”,
justifica NGA.
Em Dezembro foram recebidos no palácio presidencial
de José Eduardo dos Santos e a impressão foi positiva. “Fomos muito bem
recebidos”, conta NGA, “o presidente estava a comer e levantou-se humildemente
para nos cumprimentar e a primeira-dama pediu para tirar uma foto com o
Prodígio”. A música do colectivo pode ser dura e sombria, não recusando a
linguagem vernacular e as alusões sexuais, mas até agora não sentiram qualquer
espécie de censura. “Não controlamos como é que os receptores recebem a nossa
música e até pode acontecer que nos coloquem limitações, mas nós não somos de
colocar a nós próprios barreiras. Ninguém tem o livro mais aberto do que nós.”
Na altura da criação todos colaboram uns com os
outros, apesar de cada um ter o seu percurso a solo. NGA é o mais consolidado.
“A minha cena é mais rap americano, por causa das batidas”, diz, “enquanto que
o Don G é mais luso e orgânico e existem outros com influências reggae, por
exemplo. Cada um acaba por ter a sua identidade definida, apesar de existir uma
espécie de embrião colectivo.”
Esta semana vão estar à volta de Prodígio. É que
este acaba de lançar o álbum Prodígios – através da editora que detêm, a Dope
Muzik, que depois traça diversos acordos de distribuição – e todos os esforços
dos seis Força Suprema irão concentrar-se na ajuda a Osvaldo Moniz. Depois
existe um outro objectivo: conquistar o Brasil. Sabem que não será fácil.
“Mas porque não?”, respondem, “Já existe algum
interesse, falamos a mesma língua e ao longo dos anos também já fomos provando
a nós próprios que não existem impossíveis.”
FONTE : https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/forca-suprema-uma-empresa-familiar-de-filhos-da-rap-1698479